A prefeita Délia Razuk anunciou no final da manhã de segunda-feira (17), após reunião periódica com a equipe técnica da Administração, a indicação do nome do juiz de Direito aposentado Celso Antônio Schuch Santos para ocupar a Secretaria municipal de Governo, pasta encarregada da articulação política e do relacionamento entre as demais Secretarias e instituições e entidades públicas do Município.
Celso Schuch foi o juiz que autorizou os procedimentos de ‘grampos’ e escutas telefônicas que resultaram nos mandados de prisão contra o ex-prefeito Ari Artuzi, o então vice Carlinhos Cantor, vereadores e empresários ligados a transações na área de licitações e fraudes em contratos da saúde, em 2009, na operação ‘Owari’ (ponto final, em, japonês).
Na ocasião, foram presos ainda os ex-vereadores Humberto Teixeira Junior, Paulo Henrique Bambu e Sildei Alves, além do empresário Sizuo Uemura, a mulher dele e os filhos, o então vice-prefeito de Ponta Porã Eduardo Esgaib Campos, o ex-secretário estadual de Saúde, João Paulo Barcellos Esteves e o dentista André Freitas Tetila, filho do ex-prefeito Laerte Tetila (PT).
Schuch, que deixou a magistratura em 2016, após dez anos no exercício da função em Dourados, depois de ter passado pelas comarcas de Bataguassu e Aquidauana, comentou a escolha como um remanejamento técnico apenas. “O comando segue sendo da prefeita Délia Razuk, é ela quem tem o ‘timing’ (tempo certo, medida de controle, na tradução do inglês) e a nossa participação nesse processo será de incrementar as conversas na área política”, definiu o ex-juiz.
Celso Schuch também foi um dos coordenadores políticos da campanha vitoriosa de Délia Razuk para a Prefeitura há dois anos e observou, nesta segunda-feira, que há necessidade de um enxugamento na máquina, “diante dos termômetros do País e do Estado e a importância de somarmos nossas ações sintonizados com essa nova realidade”. Projeto de lei para ajustar as estruturas e o funcionamento da área administrativa será encaminhado para apreciação da Câmara de Vereadores. Ele disse que vai buscar também a aproximação do Poder Judiciário e do Ministérpio Público.
O assunto, tratado na reunião habitual com secretários e diretores, serviu também para que todos, indistintamente, colocassem os respectivos cargos à disposição para deixar a chefe do executivo à vontade para fazer as mudanças que desejar. “Daqui pra frente são todos interinos, alguns poderão ter a interinidade substituída pela função de titular, outros vão continuar nessa condição, mas pode vir a haver fusão e até extinção de cargos e funções”, informou o novo secretário de Governo.
A prefeita disse que cumpridos dois anos de trabalho, se faz necessário ajustes na máquina administrativa. Ela não descarta a extinção de alguns cargos e fusão de algumas secretarias. “A ideia é ajustar a máquina administrativa, adequando-a à realidade financeira e política do município. Temos dois anos ainda pela frente precisamos preparar o município para o futuro”, disse Délia Razuk, orientando o foco, inclusive, na redução de gastos públicos para que se obtenham melhores resultados nas ações planejadas e eficiência na execução dos serviços a favor de todos.