Policiais federais cumprem na manhã desta terça-feira (12/2) em Dourados, oito mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão temporária dentro da Operação Purificação, que mira esquema de corrupção em licitação para a aquisição de refeições a pacientes e funcionários de hospitais do município.
Agentes estão na sede da Funsaud (Fundação de Serviços de Saúde de Dourados) e na Secretaria Municipal de Saúde.
De acordo com nota encaminhada pela Polícia Federal, a investigação aponta para um esquema fraudulento por meio de possível direcionamento na licitação e na execução do contrato.
A estimativa é que a ação tenha causado prejuízos de milhares de reais aos cofres públicos.
Oito equipes compostas por 32 agentes participam da ação que conta com o apoio do Ministério Público Federal.
Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal de Dourados.
Os crimes investigados são de estelionato qualificado (art. 171, parágrafo 3º), uso de documento falso (art. 304) e associação criminosa (art. 288), todos do Código Penal, além de fraude à licitação (art. 90 da Lei 8.666/90).
PURIFICAÇÃO
O nome da operação refere-se a depurar, expurgar, sanear, os processos licitatórios no âmbito da prefeitura de Dourados com verba federal.
Empresa foi criada para vencer licitação de distribuição de marmitex na saúde
Empresa sem nenhum tipo de estrutura venceu licitação de R$ 1,8 milhão anual para fornecimento de alimentação à Fundação de Saúde (Funsaud), autarquia criada pela Prefeitura de Dourados para administrar o Hospital da Vida e UPA. Tanto a empresa como a Funsaud, além da Secretaria Municipal de Saúde foram alvos da Operação Purificação, desencadeada hoje pela Polícia Federal e Ministério Público Federal.
Durante coletiva à imprensa, o delegado Denis Colares, chefe da operação, disse que até 2013 a empresa de marmitex existiu, porém foi reativada por uma terceira pessoa para participar de processo de licitação.
Em 2017 a atual administração municipal fez dispensa de licitação de contratação de empresa para fornecer alimentos à Funsaud e lançou pregão presencial no valor de R$ 1,8 milhão.
Somente a Marmiquente participou e sagrou-se vitoriosa no pregão. O que chamou a atenção, segundo o delegado, é que a empresa não tinha estrutura para oferecer o serviço, praxe obrigatório de uma empresa ao participar de qualquer tipo de licitação. Com isso, há indício de que a empresa foi direcionada a vencer o processo.
Durante os anos de 2017 e 2018 a Marmiquente forneceu marmitex à Funsaud. Por mês era distribuído, em média, cerca de 300 alimentações no Hospital da Vida e UPA.
O suposto dono da empresa, que não teve o nome divulgado, foi preso. Ao todo, oito mandados de busca e apreensão foram realizados na Funsaud e na Secretaria Municipal de Saúde.
A investigação continua de forma sigilosa e de acordo com o delegado poderá ter desdobramentos. (Extraída do Dourados Agora).
