“É lamentável que a gente trabalhe o mês inteiro, falte um monte de coisa, tenha um monte de procedimento que a gente deixa de fazer por faltar material e ainda falta o salário”. Esse desabafo foi feito por Sandro Menezes Ávalos, um dos servidores municipais afetados pelo escalonamento salarial implantado pela Prefeitura de Dourados.

Representante do sindicado de enfermagem, ele é um dos profissionais concursados do município que foram, junto aos de odontologia, pedir providências ao MPE-MS (Ministério Público Estadual) na manhã desta sexta-feira (6).

A revolta dos trabalhadores foi motivada pelo anúncio feito na quinta-feira (5) pela prefeitura, de que somente servidores com salários líquidos de até R$ 4,1 mil receberiam hoje, 75,42% do quadro do funcionalismo público do município. Os demais, um quarto do total, só devem receber na próxima semana.

“Oficialmente está como R$ 4,1 mil receberam hoje e o restante alegam que semana que vem. Por essa falta de respeito vamos protocolar documentos e tentar falar com o promotor para ver medidas cabíveis, judiciais, para que a prefeitura não continue com isso, porque a gente já está numa onda muito ruim, faltam materiais, insumos básicos, e o mínimo que é o salário não vem”, disse Ávalos ao Dourados News.

No dia 5 de julho, primeiro mês de escalonamento salarial neste ano, representantes dessas mesmas categorias, enfermagem e odontologia, recorreram ao promotor de Justiça Ricardo Rotunno, que instaurou procedimento e pediu explicações à prefeita Délia Razuk (PL).

Dias depois, a mandatária respondeu que “o atraso dos vencimentos dos servidores públicos do município é decorrente única e exclusivamente das dificuldades financeiras que todos os entes da federação, em todas as suas esferas atravessam”, e garantiu que pagaria o índice de poupança como correção monetária aos trabalhadores afetados.

No mês seguinte, agosto, os vencimentos do funcionalismo público voltaram ser pagos com atraso, mas desta vez a administração municipal optou pelo parcelamento. Até o quinto dia útil, foram creditados 44% dos proventos, e os 56% só foram quitados depois que houve aprovação de indicativo de greve geral.

Segundo o representante do sindicato de enfermagem presente hoje no MPE, esse descontentamento geral com o parcelamento pode ter motivado o novo escalonamento adotado neste mês. “Agora escalonou e diminui a força dos movimentos sindicais e associações, mas mesmo assim a gente está aqui para brigar pelos servidores”, garantiu.

“É incrível que a gente trabalhe o mês inteiro, falte um monte de coisa, tenha um monte de procedimento que a gente deixa de fazer por faltar material e ainda falta o salário”, desabafou.

Em entrevista ao Dourados News na tarde de ontem, o secretário municipal de Fazenda Carlos Francisco Dobes Vieira, que assumiu a pasta na condição de interino na segunda-feira (2), disse que novos escalonamentos salariais ao longo deste ano não podem ser descartados de jeito nenhum. Segundo ele, uma das suas prioridades é garantir o 13º salário do funcionalismo público, preocupação já debatida desde agora com a prefeita Délia Razuk (sem partido). (Notícia extraída do site DouradosNews)

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